sexta-feira, 28 de outubro de 2022

 POETAS DE PARABÉNS

MANUEL DA FONSECA









Noite de Sonhos Voada

Noite de sonhos voada
cingida por músculos de aço,
profunda distância rouca
da palavra estrangulada
pela boca amordaçada
noutra boca,
ondas do ondear revolto
das ondas do corpo dela
tão dominado e tão solto
tão vencedor, tão vencido
e tão rebelde ao breve espaço
consentido
nesta angústia renovada
de encerrar
fechar
esmagar
o reluzir de uma estrela
num abraço
e a ternura deslumbrada
a doce, funda alegria
noite de sonhos voada
que pelos seus olhos sorria
ao romper de madrugada:
— Ó meu amor, já é dia!...

Manuel da Fonseca








        Manuel da Fonseca é natural de Santiago do Cacém, onde nasceu em 15 de outubro de 1911.   Faleceu em Lisboa, em 11 de março de 1993
        Além de poeta, é também um reconhecido contista, romancista e cronista português.
        O seu lugar nas letras valeu-lhe ser agraciado com o grau de Comendador de Ordem de
 Sant`iago da Espada.
        É considerado um dos melhores escritores do Neorrealismo português.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

 HORA DE OUTONO



Hora de Outono

Pela tarde, ao fim do dia,
Nem uma folha bulia
Nessa hora vesperal;
O verão foi de viagem,
Havia uma outra aragem
Dum tempo mais outonal.

A folhagem perde o viço
Por ser o tempo outoniço,
Fica rubra ou amarela;
Plantas na sua nudez
Dão voz à sua mudez,
Pintam de outra cor a tela.

Voam folhas a espaços,
Volteiam nos seus abraços
Em danças de fantasia;
Pelas lonjuras dos montes,
Aos confins dos horizontes
Leva-as a ventania.

Às folhas que a toda a hora
A natureza colora
Por ser tempo do outono,
Em carpete colorida
No chão encontram guarida
Para dormir o seu sono.

Juvenal Nunes



segunda-feira, 10 de outubro de 2022

 POEMAS POR TEMAS

MÚSICA




     Tema: Música


Fuga

O músico procura
Fixar em cada verso
O cântico disperso
Na luz, na água e no vento.

Porém, luz, vento e água
Variam riso e mágoa,
De momento a momento.

E em vão a área dos dedos
Se eleva! Não traduz
Os súbitos segredos
Escondidos no vento,
Nas águas e na luz…

Pedro Homem de Melo


                                            







        Pedro Homem de Mello nasceu no Porto, em 6 de setembro de 1904 e faleceu na
mesma cidade, em 5 de março de 1984.
        É um conceituado poeta e folclorista português.
        Foi colaborador das revistas Presença, Altura e Prisma entre outras.
        A ele se deve a criação e patrocínio de alguns ranchos folclóricos, no Minho.
        Foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Comendador da Ordem do
Infante D. Henrique.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

 NA CLAREIRA DO BOSQUE





        João Bragança Santos volta ao domínio da prosa e publica Na Clareira do Bosque.
        O trabalho pode inserir-se no campo da literatura infanto-juvenil.
        Trata-se de um fabulário de cuja leitura é possível extrair uma conclusão educativa.


        Os interessados na aquisição deste livro poderão fazê-lo, por encomenda postal,
    através deste blog.

        
        Também disponível, em suporte de papel, em Edições Flamingo, e, em formato
    digital, no E- Book.


Perfil Biográfico


        João Bragança Santos nasceu no ano de 1952, no mês de março, na freguesia de 
Sta. Maria de Sardoura, concelho de Castelo de Paiva, distrito de Aveiro, num lugar 
chamado Freixo, situado na margem esquerda do rio Douro.
        Na terra natal, concluiu os quatro primeiros anos de escolaridade, tendo rumado 
ao Porto para prosseguir os estudos.
        Cumpriu o serviço militar obrigatório e chegou a frequentar o ensino universitário.
        Ocupou-se, ao longo da vida, no mister do ensino, situação da qual se encontra aposentado.
        Publicou, em prosa, o livro Escrever no Pó – Histórias da História, em edição de autor. 
        São pequenas narrativas históricas com personagens duplamente reais, movendo-se 
entre a realidade, a ficção e o sobrenatural.
        Publicou, também, o livro Cintilações, em poesia, na Artelogy. Cintilações é o reflexo da 
caminhada, nos trilhos da vida, em que a estética e a sensibilidade dão as mãos, no 
firmamento da mente.