POETAS DE PARABÉNS
ANA DANIEL
Quero o cinzeiro antigo
E a caixa de Pandora
E a cor de fumo do vestido que vesti
No dia em que fui contigo espreitar a hora…
Quero dar passos atrás, sorrindo de querer
Coisas sem sentido
Nos restos do tempo, nas sombras da hora…
Quero
Que os ramos sacudam na minha janela
Toadas de tudo, toadas de nada
Flor amarela da minha alvorada.
Quero pingos de amor
Migalhas confetti e chuvas de cor
Sem tempo contado…
Quero o despertar contigo a meu lado
Quero chuva, quero vento, quero sol
Trancada em fita de laço
Tão longe do mundo – só no teu abraço!
Ana Daniel
Oliveira Canellas da Assunção Sousa.
Nasceu em Lisboa, em 19 de maio de 1028 e faleceu em
Sintra, em 30 de novembro de 2011.
Venceu alguns prémios pelos seus trabalhos juvenis e foi
galardoada com o Prémio do Concurso de Manuscritos de Poesia Nacional,
de 1969.
O seu último trabalho impresso em livro foi Nos Olhos das Madrugadas.