quarta-feira, 29 de abril de 2020

POETAS DE PARABÉNS

NUNO JÚDICE




Um Poema de Amor

Não sei onde estás, se falas
ou se apenas olhas o horizonte,
que pode ser apenas o de uma
parede de quarto. Mas sei que
uma sombra se demora contigo,
quando me pergunto onde estás:
uma inquietação que atravessa
o espaço entre mim e ti, e
te rouba as certezas de hoje,
como a mim me dá este poema.


Nuno Júdice é o nome de um poeta ainda vivo, nascido na Mexilhoeira Grande, vila portuguesa do concelho 
de Portimão, em 29 de abril de 1949.
Além de ficcionosta e ensaísta trabalhou também como professor universitário.
È autor de uma dissertação sobre Literatuar Medieval com que obteve o grau de doutor na Faculdade de Ciên-
cias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

segunda-feira, 20 de abril de 2020



Hino à Primavera

O inverno foi-se embora,
O tom cinzento se perde,
Eis que chega a primavera;
Na aleluia da aurora
Vislumbra-se um manto verde
Que nova vida reitera
E a partir dessa hora
Brilha mais intenso o sol
No mais fulgente arrebol.

Na primavera há mil cores
Que enfeitam os caminhos,
É a beleza das flores,
O som das canções dos ninhos.

Canta alegre a cotovia
A sobrevoar as matas,
O seu canto é melodia
Na frescura das cascatas.

Toda a vida regurgita
Nos campos e matagais,
A andorinha pissita
Na proteção dos beirais.

A primavera é um hino
De movimento e cor
Que a força da vida encerra
No que há de mais divino,
Ao espalhar pela terra
Um redolente esplendor.

                  Juvenal Nunes




terça-feira, 14 de abril de 2020

POETAS MEDIEVAIS

JUIÃO BOLSEIRO





Sem o meu amigo sinto-me sozinha
e não adormecem estes olhos meus.
Tanto quanto posso peço a luz a Deus
 e Deus não permite que a luz seja minha.
 Mas se eu ficasse com o meu amigo
 a luz agora estaria comigo.

Quando eu a seu lado folgava e dormia
depressa passavam as noites; agora
vai e vem a noite, a manhã demora;
demora-se a luz e não nasce o dia.
 Mas se eu ficasse com o meu amigo
 a luz agora estaria comigo.

Diferente é a noite quando me aparece
meu lume e senhor e o dia me traz;
pois apenas chega logo a luz se faz.
Vai-se agora a noite, vem de novo e cresce.
Mas se eu ficasse com o meu amigo
a luz agora estaria comigo.

Padres nossos já rezei mais de um cento
implorando Àquele que morreu na cruz
que cedo me mostre novamente a luz
em vez destas longas noites de Advento.
Mas se eu ficasse com o meu amigo
a luz agora estaria comigo.


      Juião Bolseiro foi um jogral medieval de nacionalidade galega.
 Pensa-se que a sua atividade terá decorrido no terceiro quartel
 do séc. XIII. Foi assíduo da corte de Afonso X, o Sábio.
    Segundo um documento datado de 1240, pode afirmar-se que foi 
 membro da Sé de Santiago de Compostela.
                                                                           


terça-feira, 7 de abril de 2020

INSTRUMENTOS MUSICAIS

A SANFONA



     A sanfona apareceu no séc. XI, encontrando-se os estudiosos divididos quanto ao local: 
Península Ibérica ou Norte de África.
     Este instrumento dispõe de teclas e corda, além de incluir uma manivela. Não é de fácil uti-
lização, pelo que o seu manuseio apresenta alguma complexidade.
     Depois dos tempos iniciais passou a ser usado na música tradicional .


Conhecer o som da sanfona: