quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

 UMA ROSA



Uma Rosa

Quando te dei uma rosa,
Rubra da mais bela cor,
De perfume abundosa
Foi como preito de amor.

Que beleza de esplendor
Na sua cor encarnada
Ofertada em teu louvor
Bem digna de ser usada.

Na sua cor há o lume
Que simboliza a paixão,
Dela se evola o perfume
Que incensa o coração.

O seu perfume se iguala,
Logo ao ser do pé cortada,
Ao perfume que se exala
Da beleza namorada.

A tua pele de cetim,
Tal pétala acetinada,
Faz inveja no jardim
À rosa mais encarnada.

Apaziguar Cupido,
Com a rosa dum jardim,
Torna o amor mais sentido
Pelo odor que é afim
Entre a rosa perfumada
E a mulher adorada.

Juvenal Nunes






sábado, 17 de fevereiro de 2024

 NA CLAREIRA DO BOSQUE

JOÃO BRAGANÇA SANTOS



        Volto a publicitar o llivro Na Clareira do Bosque de João Bragança Santos.
        Como forma de suscitar o interesse de eventuais leitores deixo a ligação para a pré-visualização do livro referido.

        Na Clareira do Bosque

        Um abraço a todos.

        Juvenal Nunes


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

 O ULTRARROMANTISMO


        Esta corrente literária sucede ao Romantismo e manifesta-se entre 1840 e 1860.
        Um dos seus cultores é o poeta algarvio João de Deus.

JOÃO DE DEUS



Amor

Não vês como eu sigo
Teus passos, não vês?
O cão do mendigo
Não é mais amigo
Do dono talvez!

Ao pé de uma fonte
No fundo de um vale,
No alto de um monte
Do vasto horizonte,
Sem ti estou mal!

Sem ti, olho e canso
De olhar, e que vi?
Os olhos que lanço,
Acharem descanso,
Só acham em ti!

Os ventos que empolam
A face do mar,
E as ondas que rolam
Na praia, consolam
Tamanho pesar?

As formas estranhas
De nuvens que vão
Roçando as montanhas
Em ondas tamanhas
Distraem-me? Não!

A pomba que abraça
No ar o seu par,
E a nuvem que passa,
Não tem essa graça
Que tens a andar!

Parece o pezinho,
De lindo que é,
Ligeiro e levinho
O de um passarinho
Voando de pé!

O rosto, há em torno
Da pálida oval,
Daquele contorno
Tão puro, o adorno
Da auréola imortal!

Não sei que luz vaga,
Mas íntima luz,
Que nunca se apaga,
Me inunda, me alaga,
Se os olhos lhe pus!

Eu amo-te, e sigo
Teus passos, bem vês!
O cão do mendigo
Não é mais amigo
Do dono talvez!

João de Deus







        João de Deus nasceu em São Bartoçomeu de Missines em 8 de março de 1830, tendo vindo a falecer aos 11 de janeiro de 1896, em Lisboa. 
        Foi poeta e importante pedaagogo. Nesta qualidade deixou-nos um método de ensino 
da leitura contido na Cartilha Maternal. O seu nome encontra-se associado a diversos 
jardins escolas assentes no seu método de leitura.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

 

Na Clareira do Bosque

João Bragança Santos



Informo todos os amigos visitantes, leitores, comentadores e autores do Brasil, caso estejam interessados na aquisição deste livro, do qual se apresenta a capa, que devem aceder-lhe através do seguinte link:

Na Clareira do Bosque - Livraria Ipê das Letras

Para os leitores interessados de Portugal:

Na Clareira do Bosque - Fnac

Na Clareira do Bosque - Bertrand

Na Clareira do Bosque - Wook

O livro não se encontra presente, fisicamente, nas livrarias mencionadas

Trata-se de um fabulário, cujo alcance didático-pedagógico pode ser útil para todo um universo infanto-juvenil.

Grato pela atenção dispensada a todos envolvo num abraço de paz e amizade.

Juvenal Nunes

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

POETAS DE PARABÉNS

FERNANDO ASSIS PACHECO 






Seria o Amor Português

Muitas vezes te esperei, perdi a conta,
longas manhãs te esperei tremendo
no patamar dos olhos. Que me importa
que batam à porta, façam chegar
jornais, ou cartas, de amizade um pouco
— tanto pó sobre os móveis tua ausência.

Se não és tu, que me pode importar?
Alguém bate, insiste através da madeira,
que me importa que batam à porta,
a solidão é uma espinha
insidiosamente alojada na garganta.
Um pássaro morto no jardim com neve.

Nada me importa; mas tu enfim me importas.
Importa, por exemplo, no sedoso
cabelo poisar estes lábios aflitos.
Por exemplo: destruir o silêncio.
Abrir certas eclusas, chover em certos campos.
Importa saber da importância
que há na simplicidade final do amor.
Comunicar esse amor. Fertilizá-lo.
«Que me importa que batam à porta...»
Sair de trás da própria porta, buscar
no amor a reconciliação com o mundo.

Longas manhãs te esperei, perdi a conta.
Ainda bem que esperei longas manhãs
e lhes perdi a conta, pois é como se
no dia em que eu abrir a porta
do teu amor tudo seja novo,
um homem uma mulher juntos pelas formosas
inexplicáveis circunstâncias da vida.

Que me importa, agora que me importas,
que batam, se não és tu, à porta?

Fernando Assis Pacheco








        Fernando Assis Pacheco nasceu em Coimbra, em 1 de fevereiro de 1937, tendo vindo a 
falecer em Lisboa, em 30 de novembro de 1995.
        Ficou conhecido como jornalista, tradutor, crítico e poeta.
        Atingiu enorme popularidade graças à sua participação no concurso televisivo A Visita da Cornélia.
        Casou em Pardilhó, localidade onde passava as suas férias e escreveu grande parte da sua obra.