sábado, 28 de março de 2020

POETAS DE PARABÉNS

EUGÉNIO DE CASTRO




A Laís
À ciprina Laís, de quem sou tributário.
A Laís que possui compridas tranças pretas,
P'lo meu escravo mandei, no seu aniversário,
Um cacho moscatel num cabaz de violetas.

Os amantes, que dão às suas namoradas
Fulgurantes anéis de riqueza estupenda,
Luminosos rocais e redes consteladas,
Hão-de sorrir, bem sei da minha humilde of'renda.

Pensei em dar-lhe, é certo, um precioso colar
E um anel com mais luz do que o incêndio de Tróia,
Mas reconsiderei de pronto, ao atentar
Que ainda ninguém viu dar jóias a uma jóia...



      Eugénio de Castro nasceu em Coimbra, em 4 de março de 1869, tendo falecido  
 em Lisboa, em 17 de agosto de 1944.
      É um expoente da Escola Simbolista onde inovou com novas rimas raras,
 aliterações e sinestesias, além de um vocabulário rico e musical.
      Tocado pelo saudosismo acabou por enveredar pelo neoclassicismo.


segunda-feira, 23 de março de 2020

EDIÇÃO ESPECIAL DO POETIZANDO E ENCANTANDO



(A)mar

Nas ondas do mar em volta
Desse coração fremente,
Há uma rosa que se escolta
Nesse vaivém permanente.

O amor de quem se estima
Está preso ao coração,
Dar uma rosa aproxima,
Fortalece a paixão.

Juvenal Nunes

sábado, 21 de março de 2020

Joe Cocker - When The Night Comes (Live Video)







Prece

Assim que a noite vier
Quero encontrar no meu leito
O teu corpo de mulher
Na cama onde me deito,
Para ver o sol nascer.

A repousar do cansaço
Até ao fim da manhã,
No calor do teu regaço
Teus lábios cor de romã
Colam-se aos meus num abraço.

A viver um sonho alado,
Meu sentimento pelúcido
No teu corpo ancorado,
Faz meu sentir ser mais dúlcido
Sempre que estás a meu lado.

Tudo o que é belo perdura
Ultrapassa o momento
Já que o amor com ternura
Fundamenta o sentimento.

Juvenal Nunes

sexta-feira, 13 de março de 2020

POETIZANDO E ENCANTANDO 2





Voar Nas Asas  do Sonho

Largo horizonte rasgado,
De um céu azul imenso,
Dá-me ao corpo que balanço
Nesse longe desvelado,
Todo um vigor mais intenso,
Que não cansa porque alcanço.

Não se pode estar parado
Toda a vida é movimento,
Quem quer o sonho alcançado
Deve seguir o momento.

As águas calmas do rio 
Ajudam ao desafio.

Voar nas asas do sonho
É também ato de fé,
Tudo é bem mais risonho
Ao ritmo dum balancé.

        Juvenal Nunes


POETAS MEDIEVAIS

BERNAL DE BONAVAL


A Bonaval quer`eu, mia senhor,ir
e des quand`eu ora de vós partir
os meus olhos nom dormirám.

Ir- m`-ei, pero m`é grave de fazer,
e des quand`eu ora de vós tolher
 os meus olhos nom dormirám.

Todavia bem será de provar
de m`ir; mais des quand`eu de vós quitar
os meus olhos nom dormirám.





 Natural da Galiza,  Bernal associou ao seu nome o nome da terra de onde era oriundo, nas proximidades 
 de Santiago de Compostela.
 Notabilizou-se como segrel, tendo frequentado os círculos trovadorescos de Afonso X, no século XIII.


sexta-feira, 6 de março de 2020

Instrumentos Musicais



O Saltério



    O saltério apareceu no Médio Oriente, cerca de 300 A. C. A partir da Grécia 
expande-se para a Europa, onde surge no séc. XII. Foi frequentemente uti-
lizado na Alta Idade Média.
    É um instrumento de cordas preferencialmente dedilhado, raramente se recor-
rendo às palhetas.
    As suas cordas eram, inicialmente, feitas de tripa, tendo passado, posteriormente, 
a ser de metal.