As palavras são a matéria-prima da arte poética.
O voo da imaginação transforma-as em palavras aladas.
sexta-feira, 25 de março de 2016
Saudação à Primavera
Depois dum ano de espera
Eu saúdo a primavera:
No azul do firmamento,
No sopro quente do vento,
No trisso da andorinha,
Na vergôntea da gavinha,
Na frescura da mulher,
Nas flores do malmequer,
No lilás da violeta,
No voar da borboleta,
No verde tenro dos prados,
Nos casais enamorados,
Nos ermos cantos alpestres,
Nas belas flores silvestres,
No abrir dum novo dia,
No canto da cotovia.
Nas asas da primavera
Poder eu voar quem dera,
E cantar eterno trilo
Num viver mais tranquilo.
No seu caminho finito,
Próprio da evolução,
Falta ao homem esse rito
De eterna renovação.
Por esse imutável fado
Da humana condição,
Num anseio angustiado
Apelo com emoção:
__ Leva-me contigo, primavera,
Leva-me, como em sonhos de meninas,
A paragens longínquas de paz
Povoados só os campos de boninas!
Juvenal Nunes
segunda-feira, 21 de março de 2016
terça-feira, 15 de março de 2016
POETAS MEDIEVAIS
Paio Soares de Taveirós
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A rem do mundo que melhor queria,
nunca m'en bem quis dar Santa Maria; mais, quant'end'eu no coraçom temia hei! hei! hei! Senhor, senhor, agora vi de vós quant'eu sempre temi! A rem do mundo que eu mais amava e mais servia, nem mais desejava, Nostro Senhor, quant'end'eu receava hei! hei!hei! Senhor, senhor, agora vi de vós quant'eu sempre temi! E que farei eu, cativ'e coitado? Que eu assi fiquei, desamparado de vós, por que coita grand'e cuidado hei! hei! hei! Senhor, senhor, agora vi de vós quant'eu sempre temi!
PAIO SOARES DE TAVEIRÓS é um trovador originário da pequena nobreza galega,
ativo na primeira metade do séc. XII |
domingo, 13 de março de 2016
POETAS DE PARABÉNS...
DÓRDIO GUIMARÃES
Ophélia 1
o riso imenso
enche o amor inabitado
o logro
de querer a água
a máscara a trança
permanente
na memória flutuante
reflectida estática
o riso largo
habita a boca desunida
em lábio
o mal de ser um
grito prolongado
sem história
e terra
e vidro
enche o amor inabitado
o logro
de querer a água
a máscara a trança
permanente
na memória flutuante
reflectida estática
o riso largo
habita a boca desunida
em lábio
o mal de ser um
grito prolongado
sem história
e terra
e vidro
Dórdio Guimarães in "Poesia e Tempo"
O dia 10 de março celebra a data de nascimento de Dórdio Guimarães
quinta-feira, 10 de março de 2016
Um pouco de história da POESIA
O Segrel
Este artista tinha uma atividade equivalente à do trovador, mas era já um profissional.
Era normalmente um fidalgo que poetava e musicava os seus trabalhos. Deslocava-se de corte em corte e de castelo em castelo acompanhado de um executante denominado jogral.
Juvenal Nunes
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