As palavras são a matéria-prima da arte poética.
O voo da imaginação transforma-as em palavras aladas.
sexta-feira, 25 de março de 2016
Saudação à Primavera
Depois dum ano de espera
Eu saúdo a primavera:
No azul do firmamento,
No sopro quente do vento,
No trisso da andorinha,
Na vergôntea da gavinha,
Na frescura da mulher,
Nas flores do malmequer,
No lilás da violeta,
No voar da borboleta,
No verde tenro dos prados,
Nos casais enamorados,
Nos ermos cantos alpestres,
Nas belas flores silvestres,
No abrir dum novo dia,
No canto da cotovia.
Nas asas da primavera
Poder eu voar quem dera,
E cantar eterno trilo
Num viver mais tranquilo.
No seu caminho finito,
Próprio da evolução,
Falta ao homem esse rito
De eterna renovação.
Por esse imutável fado
Da humana condição,
Num anseio angustiado
Apelo com emoção:
__ Leva-me contigo, primavera,
Leva-me, como em sonhos de meninas,
A paragens longínquas de paz
Povoados só os campos de boninas!
Juvenal Nunes
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Bom dia, querido J.
ResponderEliminarQue belo poema, com tão bom ritmo!
A metáfora que expressa o teu desejo é, penso eu, algo que todos desejaríamos!
Como a mudança/renovação não se verifica em nós,o aspecto formal passou a ser diferente:quadras. Assim, fica mais patente a nossa caducidade.
Sublime!
Uma boa semana.
Um beijinho
Mana