O SIMBOLISMO
Na esteira da evolução da história da poesia ao Parnasianismo seguiu-se o Simbolismo.
Este movimento literário vai perdurar até 1915, aproximadamnete. Apresenta claras manifestações metafísicas e espirituais.
A publicação da obra Oaristos de Eugénio de Castro foi uma evidência clara da nova corrente.
EUGÉNIO DE CASTRO
Clepsidra
Murmúrio
de água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre…
Homem,
que fazes tu? Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa…
Eugénio de
Castro
Eugénio de Castro e Almeida, de seu nome completo, viu a luz do dia em Coimbra, a 4 de março de1869 e faleceu na mesma cidade, em 17 de agosto de 1944.
Foi o expoente máximo do Simbolismo em Portugal. Colaborou em diversas revistas e publicações
literárias periódicas. Numa segunda fase da sua carreira artística evoluiu para uma fase neoclássica.
Recebeu várias homenagens tendo sido agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant´iago da Espada.