domingo, 29 de maio de 2016


 POETAS DE PARABÉNS

   BRANQUINHO DA FONSECA  
                                                                                     



                                                                                                                                                                 Sonho da Rosa

Se me recordas entristeço e faço
porque o teu vulto sensual me esqueça
e o teu olhar, a tua boca, e essa
graça de graça que tu pões no passo.

Sonho-fumo esgarçando-se no espaço-
nas mãos em concha amparo-te a cabeça,
e sem que a minha boca desfaleça
beijo-te a boca e cinge-te o meu braço.

Já, no jardim deserto da tristeza,
vens aos meus olhos como a luz acesa
que uma penumbra dolorida apaga...

Vai-se extinguindo o meu desejo... Olha:
tu foste a rosa que ao abrir se esfolha,
nuvem perdida que no céu divaga...

,           Branquinho da Fonseca



       O dia 4 de maio celebra a data de nascimento de Branquinho da Fonseca.
      Também usou o pseudónimo literário de António Madeira.


2 comentários :

  1. Olá, J.
    Que belo soneto nos trazes de Branquinho da Fonseca, que foi 1º tenor no Orfeâo Académico de Coimbra.
    Ele teve um «sonho» maravilhoso e tu resolveste partilhá-lo com os teus seguidores. Obrigada, porque creio que não é um dos nomes estudados nas Escolas.
    Beijinho
    Mana

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    1. Agradeço a riqueza dos teus comentários, pelo conhecimento que acrescentam acerca dos poetas apresentados.
      Saudações poéticas,
      Juvenal Nunes

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