POEMAS POR TEMAS
AMOR
Tema: Amor
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria.
Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia
Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos, unidos, ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia.
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça
E o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria
Ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza!
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite se deram
E entre os braços da noite, de tanto se amarem, vivendo morreram.
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça
E o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria
Ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza!
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso se é pranto
É por ti que adormeço e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
José Carlos Ary dos Santos
de 1936, tendo falecido na mesma cidade, em 18 de janeiro de 1984.
Consagrou-se como declamador e, nas letras portuguesas, como poeta.
Como letrista de canções colaborou com grandes cantores portugueses, com especial realce
Consagrou-se como declamador e, nas letras portuguesas, como poeta.
Como letrista de canções colaborou com grandes cantores portugueses, com especial realce
para Fernando Tordo.
Foi nessa qualidade que venceu 4 festivais da canção portuguesa, que apuraram Portugal
Foi nessa qualidade que venceu 4 festivais da canção portuguesa, que apuraram Portugal
para o Festival da Eurovisão.
José Carlos Ary dos Santos, um poeta que muito gosto de ler.
ResponderEliminarCumprimentos
Obrigado pela visita e comentário de positiva apreciação.
EliminarSaudações poéticas.
Juvenal Nunes
O Ary era genial.
ResponderEliminarDe excessos mas absolutamente genial.
Abraço, bfds
Concordo em absoluto com o seu comentário.
EliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Estupendo juego de metáforas entre lo humano y lo natural, bellísimo.
ResponderEliminarGracias por mostrarnos tanta poesía.
Un abrazo.
Correto comentário que evidencia a qualidade do autor.
EliminarTudo de bom.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Versi molto belli, apprezzati. buon fine settimana, silvia
ResponderEliminarObrigado, Silvia, pela presença e comentário de apreciação.
EliminarBom fim de semana.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Agradeço a simpatia da sua presença e o comentário de apreço.
ResponderEliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Podríamos decir un Cohen de la poesía Lusitana: verso y canto. Un abrazo. Carlos
ResponderEliminarTalvez o poema mais belo de Ary dos Santos. Que tão bem interpretado foi por Carlos do Carmo no festival da canção.
ResponderEliminarPoema lindíssimo!
Excelente partilha, amigo Juvenal.
Votos de um excelente fim de semana.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Óptimo declamador que tive o prazer de ver e ouvir a declamar.
ResponderEliminarNem todos os bons declamadores são bons poetas mas Ary dos Santos é um dois em um.
EliminarContinuação de bom fim de semana.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Um excelente momento com Ary dos Santos.
ResponderEliminarHomenagear os nossos poetas, é lê-los e divulgá-los.
Um kandando, bom fim de semana!
Concordo com a sua observação e assim vamos cumprindo um dos nossos objetivos.
EliminarContinuação de bom fim de semana.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Excelente publicação :))´
ResponderEliminar.
A melancolia é nefasta ...
.
Beijos. Bom fim de semana.
Obrigado pelo apoio e apreço.
EliminarSeja sempre bem vinda.
Abraço cordial.
Juvenal Nunes
Ary dos Santos foi um bom exemplo de declamação de Poemas. Tinha expressão e dava-lhes vida.
ResponderEliminarGrato pela partilha.
Abraço
SOL da Esteva
Era um grande declamador mas foi, acima de tudo, um poeta.
EliminarContinuação de bom fim de semana.
Abraço poético.
Juvenal Nunes
É um dos mais belos poemas portugueses que fez bem lembrar...
ResponderEliminarVenho despedir-me. Não tenho feitio para visitar quem não me visita...
Eu publico alternadamente nos meus dois blogues principais, mas nem
é um assíduo frequentador do Refúgio dos Poetas, onde apresento só
peças da minha autoria...
Eu não deixo um comentário sem a delicadeza de uma retribuição, não
admito quem se possa julgar superior...
Continuação de bom fim de semana.
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Não compreendo o seu comentário, mas nada posso fazer que altere a sua posição.
EliminarContinuação de bom fim de semana.
Saudações cordiais.
Juvenal Nunes
O mundo precisa de amor assim :)
ResponderEliminarBeijinho e bom fim de semana | docejoornadablog.blogspot.com
O amor é um sentimento que une e congrega. Concordo com a sua observação.
EliminarContinuação de bom fim de semana.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Ary dos Santos excede-se a si próprio nesta "Estrela da Tarde".
ResponderEliminarMas também que dizer de outros poemas da sua autoria que não
nos saem da cabeça e cantarolamos como se fizessem parte de
nós? Tudo muito bom, tudo excelente, tudo o que este grande
poeta escreveu!
E encontrar aqui a "Estrela da Tarde, caro Juvenal, leva-me a
agradecer-lhe a divulgação que faz deste e de outros poetas
da Literatura Portuguesa.
Grata. Bom domingo.
Abraço
Olinda
Agradeço a sua visita e o assertivo comentário, bem como o apoio e o apreço demonstrados.
EliminarDesejo uma ótima semana.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Bellísimas metáforas. Me ha encantado. Un placer leerte.
ResponderEliminar👏🏼👏🏼👏🏼
É, de facto, um poema muito rico, que dá gosto ler.
EliminarSeja sempre bem vinda.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
José Carlos Ary dos Santos , é um dos meus preferidos , dos poetas portugueses , e esse poema publicado aqui, é grandioso em sensibilidade. Gostei muito.
ResponderEliminarUm abraço fraterno
Fico satisfeito com a sua visita e com o elogioso comentário.
EliminarContinuação de boa semana.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Bom dia Juvenal,
ResponderEliminarUm dos poemas mais belos em Língua Portuguesa.
Gostei de relê-lo aqui no seu Blogue.
Beijinhos e boa semana.
Ailime
O poema tem uma grande força e é, simultaneamente, uma pérola de sensibilidade.
EliminarAgradeço o seu interesse e apoio.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
A genialidade do poeta Ary dos Santos neste maravilhoso poema. Ninguém fez mais poemas assim para serem cantados.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Sobre ser um poeta de excelência a sua virtude permitiu-lhe, também, ser um letrista de qualidade.
EliminarContinuação de boa semana com muita saúde.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
boa tarde Juvenal
ResponderEliminarescolheu para esta postagem um grande Poeta que fez vários poemas que sempre ficaram na memória.
é um Poeta que admiro e de que gosto muito de toda a obra dele, pelo menos a que tenho lido.
Desejo uma semana abençoada com saúde e harmonia.
:)
O seu comentário evidencia, claramente, o valor e a qualidade de Ary dos Santos, o que concordo.
EliminarSeja sempre bem vinda.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
É sempre um gosto recebê-lo.
ResponderEliminarContinuação de boa semana.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Caro Juvenal
ResponderEliminarLá no "Xaile de Seda" há um convite de participação
em "A Quinzena do Amor", que edito todos os anos.
Aguardo a sua participação.
Abraço
Olinda
Agradeço o convite e vou procurar corresponder.
EliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Acedendo ao honroso convite por si formulado para participar em "A Quinzena do Amor" enviei ontem, dia 1 de fevereiro, para os comentários, conforme indicação fornecida, o texto "Desfiar Ilusões.".
EliminarAbraço amigo, Olinda.
Juvenal Nunes
Zé Carlos Ary dos Santos,
ResponderEliminarGrande vate português
Que com Vinícius, talvez,
Com Amália e outros tantos
Compuseram, por encantos,
Um fado e Amália, um dia,
Em Portugal, numa orgia
Só de bebidas e, assim,
Creio que Amália, por fim,
Falou que não o cantaria.
Juvenal, lembro de um disco vinil gravado ou fita K7 que ouvi e nela um relado de alguém que diz ser tarde
e ele sobe as escadas em bicos de pés e encontra em reunião, Vinícius de Moraes, José Carlos Ary dos Santos, Amália Rodrigues, em festa. Eles declamavam poesias e cantavam varias melodias. Ocasião em que compuseram um fado, mas que Amália nunca o gravou. Estou certo? Eram contemporâneos, creio que em 1960, aproximadamente, ou cinquenta e tantos, Abraço fraterno e parabéns pela postagem. Laerte.
Sabemos, de facto, que Ary dos Santos era dado a excessos e consumia, diariamente, grandes quantidades de gim o que lhe valeu ter morrido com uma cirrose. Foi também um grande declamador e o seu legado, como letrista, inclui mais de 600 canções. Amália e Ary dos Santos foram contemporâneos e eram amigos.
EliminarAgradeço o seu interesse, apoio e apreço.
Abraço fraterno, amigo Laerte.
Juvenal Nunes
Meu caro Juvenalamigo
ResponderEliminarBoa ideia esta de publicar o Ary, um homem dos mil instrumentos, como ele próprio se definia. Conheci-o bastante bem e sei do drama existencial que vivia e que deixava transparecer de momentos para logo se recompor e soltar um gargalhada um tanto histérica própria da sua condição.
Maas, atenção, não nos podemos esquecer de que era um repentista. Do nada, aparentemente, saía um poema. E que poema! Não se gabava das vitórias nos Festivais; costumava dizer: “olha lá, menino, para o ano há outro…”
Também tinha uma teoria que dizia que não havia poemas para canções nem cantores para as cantigas; havia sim um casamento perfeito entre o autor e o intérprete e só assim o poema dava um boa canção.
Enfim, há tanta coisa para contar (e cantar) sobre José Carlos Ary dos Santos. Mas fica para outra altura. Para já fico a ouvir esta canção que tiveste a gentileza de nos recordar. Obrigado.
Abração
Henrique
Obrigado, Henrique, pela sua visita e considerações adicionais sobre o poeta.
EliminarA dimensão do seu talento está provada na sua obra e nas caraterísticas que refere sobre ele.
Seja sempre bem vindo.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Zé Carlos Ary dos Santos
ResponderEliminarDe Vinicius foi amigo
E de Amália se consigo
Lembrar de tantos encantos
Quando se encontraram em cantos
De pédios de Portugal
Que "Zé Carlo" em recital
Vinícius contou num disco
Vinílico, em tempos priscos
De sessenta e tal.
Lembro que ouvi um disco de Vinícius que entre músicas, declamações e histórias ele descreve encontro em Portugal com Amália, José Carlos Ary dos Santos e outros que não recordo. Compuseram até um fado para Amáliam Rodrigues. Todos velhos boêmios. Bela homenagem. Parabéns. Grato pela demonstração de afeto ao meu humilde espaço literário. Abraço fraterno. Laerte.
O génio lírico de Ary dos Santos e a voz divinal de Amália congregaram-se para grandes sucessos mundiais.
EliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Me han encantado tus letras. Recibe mi saludo desde Argentina
ResponderEliminarFico grato com a sua presença e o positivo comentário.
EliminarAbraço de amizade.
Juvenal Nunes
Boa tarde de sábado, Juvenal!
ResponderEliminar"Que o luar te amanheça
E o meu corpo te guarde."
Bonito quando o corpo é proteção também.
Um lindo poema que já tinha ido e volto a comentar. Muito bonito ele é.
Tenha um final de semana abençoado!
Abraços fraternos
Olá
ResponderEliminarAdoro este poema
Para mim um dos mais bonitos poemas de amor.
Gosto de o ler e escutar na voz do Carlos do Carmo-
Excelente partilha.
Abraço e brisas doces **