POEMAS POR TEMAS
A MORTE
Já me não pesa tanto o vir da morte
Já me não pesa tanto o vir da morte
Sei já que é nada, que é ficção e sonho,
E que, na roda universal da Sorte,
Não sou aquilo que me aqui suponho.
Sei que há muitos mundos que este pouco mundo
Onde parece a nós haver morrer –
Dura terra e fragosa, que há no fundo
Do oceano imenso de viver.
Sei que a morte que é tudo, não é nada,
E que, de morte em morte, a alma que há
Não cai num poço: vai por uma estrada
Em sua hora e a nossa, Deus dirá.
Fernando Pessoa
Sei já que é nada, que é ficção e sonho,
E que, na roda universal da Sorte,
Não sou aquilo que me aqui suponho.
Sei que há muitos mundos que este pouco mundo
Onde parece a nós haver morrer –
Dura terra e fragosa, que há no fundo
Do oceano imenso de viver.
Sei que a morte que é tudo, não é nada,
E que, de morte em morte, a alma que há
Não cai num poço: vai por uma estrada
Em sua hora e a nossa, Deus dirá.
Fernando Pessoa
cidade em 30 de novembro de 1935.
Manifestou diversas personalidades literárias expressas nos diferentes heterónimos. É figura central do Modernismo português. Foi também um homem multifacetado tendo sido tradutor,
publicitário,astrólogo, filósofo, dramaturgo, ensaísta e crítico literário.
A verdadeira dimensão da sua obra só foi conhecida postumamente.
publicitário,astrólogo, filósofo, dramaturgo, ensaísta e crítico literário.
A verdadeira dimensão da sua obra só foi conhecida postumamente.
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