sexta-feira, 17 de maio de 2019


                                                        

                             

                                                  POETAS  DE PARABÉNS

 AUGUSTO CASIMIRO







                                           

Do Primeiro Regresso

Escuta, meu Amor, quando eu voltar
De tão longe, e avistar de novo o Tejo,
O meu Restelo que em saudades vejo
Como outra nova Índia a conquistar;

Quando a minha alma inquieta sossegar
Este voo indomável, num adejo,
E o amor e o céu e Deus, vivos num beijo,
Iluminarem todo o nosso lar;

Quando, meu Santo Amor, voltar o dia
Do primeiro regresso, e a aleluia
Madrugar tua alma anoitecida...

Hás-de embalar-me sobre o teu regaço
Arrolar, encantar o meu cansaço...
E então será o meu regresso à Vida! 


                      Augusto Casimiro nasceu em 11 de maio de 1889

1 comentário :

  1. Olá, J.
    Nem se entende o motivo pelo qual um homem destes é considerado um poeta de segundo plano!
    Em função da sua carreira militar, viajou para longe, lutando sempre pelos seus ideais, o que o levou até a ser deportado para Cabo Verde.
    Este belo soneto, que confesso não saber em que altura da vida dele terá sido escrito, denota:
    - cansaço, pois era uma pessoa muito activa-militar, poeta e prosador, com vasta obra;
    - saudades, da sua terra e da sua amada.
    - desalento, quando diz«E então será o meu regresso à Vida!».
    Obrigada por publicitares esta grande figura portuguesa.
    Um beijinho
    Mana

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