sábado, 18 de janeiro de 2025

 POETAS DE PARABÉNS

AFONSO DUARTE







Cabelos Brancos

Cobrem-me as fontes já cabelos brancos,
Não vou a festas. E não vou, não vou.
Vou para a aldeia, com os meus tamancos,
Cuidar das hortas. E não vou, não vou.

Cabelos brancos, vá, sejamos francos,
Minha inocência quando os encontrou
Era um mistério vê-los: Tive espantos
Quando os achei, menino, em meu avô.

Nem caiu neve, nem vieram gelos:
Com a estranheza ingénua da mudança,
Castanhos remirava os meus cabelos;

E, atento à cor, sem ter outra lembrança,
Ruços cabelos me doía vê-los ...
E fiquei sempre triste de criança.

Afonso Duarte





        De seu nome completo Joaquim Afonso Fernandes Duarte nasceu em Ereira a 1 de janeiro 
de 1884 e faleceu em Coimbra em 5 de março de 1958.
        Singrou na poesia e colaborou nas revistas Águia e Rajada.
        A biblioteca de Montemor-o-Velho ostenta o seu nome.

5 comentários :

  1. Linda poesia e cabelos brancos chegam fatalmente,rs...
    abraços, chica

    ResponderEliminar
  2. Una lirica di grande realtà che mette in rilievo il valore di questo autore
    Buon fine settimana

    ResponderEliminar
  3. E como apreciei a poesia e os cabelos brancos ! Obrigada, Juvenal , bji

    ResponderEliminar
  4. Belamente embranquecidos
    Os cabelos duma vida
    E não serão esquecidos
    Mesmo após a partida.

    A minha Homenagem a AFONSO DUARTE e a minha gratidão por esta partilha trazida á frente.

    Abraço Amigo,
    SOL da Esteva

    ResponderEliminar