O SIMBOLISMO
ANTÓNIO NOBRE
O Teu Retrato
Deus fez a
noite com o teu olhar,
Deus fez as ondas com os teus cabelos;
com a tua coragem fez castelos
Que pôs, como defesa, à beira-mar.
Com um sorriso teu, fez o luar
(Que é sorriso de noite, ao viandante)
E eu que andava pelo mundo, errante,
Já não ando perdido em alto mar!
Do céu de Portugal fez a tua alma!
E ao ver-te sempre assim, tão pura e calma,
Da minha noite, eu fiz a claridade!
Ó meu anjo de luz e de esperança,
Será em ti afinal que descansa
O triste fim da minha mocidade!
António Nobre
António Nobre foi um poeta portuense, que representou as correntes simbolista,
ultarromântica e saudosista.
Em vida, publicou apenas um livro intitulado Só.
Em vida, publicou apenas um livro intitulado Só.
Faleceu prematuramente, aos 32 anos, ceifado pela tuberculose.
Merci de votre passage
ResponderEliminarje vous souhaite une bonne journée bisous @mical
Que belíssimos os versos de António Nobre. Gratidão por compartilhá-lo aqui! Li outro poema dele em outro blog amigo, tenho gostado bastante!
ResponderEliminarAbraço Juvenal!
Muy hermoso, gracias por traerlo hasta aquí. Besos
ResponderEliminarMuito bom. Gosto muito da poesia de António Nobre,
ResponderEliminarpor exemplo, também esta:
"Tombou da haste a flor da minha infancia alada,
Murchou na jarra de oiro o pudico jasmim:
Voou aos altos céus Sta Aguia, linda fada,
Que d'antes estendia as azas sobre mim.
Julguei que fosse eterna a luz d'essa alvorada,
E que era sempre dia, e nunca tinha fim
Essa vizão de luar que vivia encantada,
N'um castello de prata embutido a marfim!
Mas, hoje, as aguias de oiro, aguias da minha infancia,
Que me enchiam de lua o coração, outrora,
Partiram e no céu evolam-se, a distancia!
Debalde clamo e choro, erguendo aos céus meus ais:
Voltam na aza do vento os ais que a alma chora;
Ellas, porém, Senhor! ellas não voltam mais..."
(António Nobre, Menino e Moço)
Beijinhos.
Boa noite, meu amigo;
ResponderEliminarDesejo-lhe uma noite agradável.
Sim, música e o reflexo da minha alma.
Beijos de amizade
Sua amiga, Scarleen
Ah, que doçura de lirismo envolto em melancolia…
ResponderEliminarAntónio Nobre, com alma de bruma e coração de mar, traça em “O Teu Retrato” um quadro onde a beleza do amor transfigura o mundo.
Como não se comover com essa entrega quase mística?
Onde o olhar da amada se torna noite, os cabelos são ondas, e o sorriso, luar que guia os errantes?
Sinto nesse poema o peso do tempo que se vai — essa mocidade que finda — mas também a luz de uma esperança doce, serena, como a alma portuguesa que o poeta tanto exalta.
Tão jovem e já tão profundo…
Há nele uma saudade que se entranha, um vazio que se preenche apenas com poesia.
SAUDAÇÕES
Muy bonitos versos, gracias por compartirlos.
ResponderEliminarUn abrazo.
Belo poema de António Nobre.
ResponderEliminarExcelente partilha, amigo Juvenal.
Gostei de ler.
Abraço de amizade, e bom fim de semana.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
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