segunda-feira, 29 de setembro de 2025



O SIMBOLISMO

CRUZ E SOUSA





Alma solitária

Ó Alma doce e triste e palpitante!
que cítaras soluçam solitárias
pelas Regiões longínquas, visionárias
do teu Sonho secreto e fascinante!

Quantas zonas de luz purificante,
quantos silêncios, quantas sombras várias
de esferas imortais, imaginárias,
falam contigo, ó Alma cativante!

que chama acende os teus faróis noturnos
e veste os teus mistérios taciturnos
dos esplendores do arco de aliança?

Por que és assim, melancolicamente,
como um arcanjo infante, adolescente,
esquecido nos vales da Esperança?!

Cruz e Sousa




        João da Cruz e Sousa é um poeta brasileiro nascido em 24 de novembro de 1861 e falecido
em 19 de março de 1898.
        Falecido embora prematuramente, o seu talento poético reconhece-o como o primeiro e
principal expoente do simbolismo no Brasil.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

 POETAS DE PARABÉNS

NICOLAU TOLENTINO




Cegueira de Amor

Fiei-me nas promessas que afetavas
Nas lágrimas fingidas que vertias,
Nas ternas expressões que me fazias,
Nessas mãos que as minhas apertavas.

Talvez, cruel, que, quando as animavas,
Que eram doutrem na ideia fingirias,
E que os olhos banhados mostrarias
De pranto, que por outrem derramavas.

Mas eu sou tal, ingrata, que, inda vendo
Os meus tristes amores mal seguros,
De amar-te nunca, nunca me arrependo.

Ainda adoro os olhos teus perjuros,
Ainda amo a quem me mata, ainda acendo
Em aras falsas, holocaustos puros.

Nicolau Tolentino









De seu nome completo Nicolau Tolentino de Almeida, nasceu em Lisboa, em 10 de 
setembro de1740 e faleceu, na mesma cidade, em 23 de junho de 1811.
        Foi uma figura de relevo da Nova Arcádia. Bom metrificador e grande sonetista apresenta 
                       um estilo simples e coloquial. É tido como um dos maiores satíricos do século XVIII.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

 POEMAS POR TEMAS

AS VINDIMAS




Tema: As Vindimas

A vindima de Eros

E de novo este céu desenrola a sua matéria
de outono. Com a precisão do vindimador, agarro
as suas vides e corto os cachos de névoa que
caem sobre a terra. Ponho-os no carro do poema,
e levo-os para a adega abandonada do sonho
para os transformar num vinho de palavras
feitas com as sílabas mais líquidas, as que se
podem beber pela taça da estrofe. E um fumo
da antiga inspiração evola-se da cuba
dos mistérios. As raparigas descalças, com
os seus aventais de sol, sobem para o lagar
e pisam as uvas. O cheiro do sumo sobe
até ao fundo da sua cabeça, e antes que fiquem
tontas começam a contar as memórias perecíveis,
as que nasceram de uma fuga noturna
pelos campos impunes do estio. Espero
que acabem o seu trabalho, e vejo-as sair com
as pernas roxas até aos joelhos, e as saias subidas
até às coxas. Os seus olhos rodam como
as velas de um moinho ébrio de vento; e
abrem os braços à luz, como se desejassem
que ela limpasse os seus corpos da espuma
que os envolve. E canto esses corpos, como
se elas me pedissem que transformasse
o mosto dos seus lábios no vermelho puro
da madrugada. Assim, uma levada de versos
recitados nos rituais da origem inunda
os seus seios e restitui-lhes a brancura inicial,
enquanto me obrigam a beber os líquidos
que os seus pés destilaram. E apenas lhes peço,
quando vestem as suas túnicas de nuvem,
que atravessem de novo as videiras decepadas
e abracem os vindimadores, beijando-os,
para que eles provem o vinho novo dos seus lábios.

Nuno Júdice




        Nuno Júdice é o nome de um poeta português nascido em Portimão, em 29 de abril de 1949 
e falecido em Lisboa, em 17 de março de 2024. Foi também ensaísta, ficcionista e professor universitário.
        Tem uma vasta obra publicada o que lhe valeu a atribuição, em 10 de junho de 1992, do grau 
de Oficial da Ordem Militar de Sant`Iago da Espada.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

 TERTÚLIA DO AMOR 2




Amor dançante

Ao som de qualquer canção,
No ritmo do coração
Em música que inebria,
O casal em sintonia
Corpo e alma em aliança
Vibra nas voltas da dança.

Juvenal Nunes





        A convite da amiga Rosélia aqui fica a minha participação ao desafio proposto.


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

 O SIMBOLISMO

AUGUSTO GIL



             


A MÁSCARA

Por acaso, parou na minha frente,
De loup e dominó de seda negra,
Uma mulher de olhar resplandecente
E mento breve de figura grega.

Tomei-lhe as mãos esguias entre as minhas...

E os seus olhos doirados reluziram
Como os punhais ao sol, quando se tiram,
Aguçados e frios, das bainhas.

— Máscara, quem és tu?

— E tu quem és?...

— Um homem que te viu e te deseja...

E um riso vago, de desdém talvez,
Floriu na sua boca de cereja.

Ergui-lhe as mãos ascéticas. Beijei-as.

Em vibrações entrecortadas, secas,
Tiniam taças irisadas, cheias.
E uma frase de amor, toda em colcheias,
Vibrava nas arcadas das rebecas.

Levei-a para o vão duma janela.
— Máscara, quem és tu?

— Para que insistes?...

Outro riso subiu da boca dela
Aos olhos enigmáticos e tristes.

E descobriu a face. No capuz
Emoldurou-se um rosto lindo e sério.

Que diferente porém do que eu supus!

A gente nunca deve entrar com luz
Nos divinos recantos do mistério...

Augusto Gil






        Augusto Gil nasceu no Porto, Lordelo do Ouro, em 30 de junho de 1870 e faleceu em Lisboa,
em 26 de fevereiro de 1929. Viveu grande parte da sua vida na Guarda, que influenciou muitos
dos seus textos poéticos.
        O seu trabalho literário faz dele um grande influenciador da sua geração.
        A sua maestria poética foi reconhecida com a atribuição do grau de Grande-Oficial da Ordem
Militar de Sant´Iago da Espada, em 14 de fevereiro de 1920.


sexta-feira, 22 de agosto de 2025

 POETAS DE PARABÉNS

ANTÓNIO OSÓRIO





Amar

Amar não deve ser desfortuna.
O cio transfunde
a lagartixa e o homem
na criação tenaz.
E o buxo, o pólen
e as primeiras folhas
da vinha virgem. Amor
não tem quaresma,
nela impetuoso regressa e copula.

António Osório





        António Gabriel Maranca Osório de Castro é o nome completo do poeta António Osório.
Nasceu em Setúbal em 1 de agosto de 1933 e faleceu na mesma cidade, em 18 de novembro
de 2021.  O livro referência da sua obra é Planetário e Zoo dos Homens.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

 POEMAS POR TEMAS

VERÃO




Tema: Verão

As Amoras

O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade






          Eugénio de Andrade nasceu no Fundão em em 19 de janeiro de 1923 e faleceu no Porto 
em 13 de junho de 2005.
        Durante vários anos fui seu vizinho e via-o frequentemente na sua rotina diária.
        Veio viver para o Porto por razões profissionais e nessa cidade se fixou e envolveu. No
Jardim de S. Lázaro gostava de apreciar, na época própria, os jacarandás floridos.
        A sua obra valeu-lhe a atribuição de diversos prémios literários entre os quais o Prémio
Camões.

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

 O SIMBOLISMO

CAMILO PESSANHA





Crepuscular

Há no ambiente um murmúrio de queixume,
De desejos de amor, d´ais comprimidos…
Uma ternura esparsa de balidos,
Sente-se esmorecer como um perfume.
As madressilvas murcham nos silvados
E o aroma que exalam pelo espaço,
Têm delíquios de gozo e de cansaço,
Nervosos, femininos, delicados,
Sentem-se espasmos, agonias d´ave,
Inapreensíveis, mínimas, serenas…
--Tenho entre as mãos as tuas mãos pequenas,
O meu olhar no teu olhar suave.
As tuas mãos tão brancas d´anemia…
Os teus olhos tão meigos de tristeza…
-- É este enlanguescer da natureza,
Este vago sofrer do fim do dia.

Camilo Pessanha







        De seu nome completo Camilo de Almeida Pessanha, nasceu em Coimbra aos 7 de setembro 
de 1867 e veio a falecer em Macau, a 1 de março de 1926.
        Camilo Pessanha representa o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa.
        Alcançou a imortalidade com o livro Clepsidra.
        A 8 de março de 1919 viu o seu talento ser reconhecido com a atribuição do grau de Comendador 
da Ordem Militar de Sant´Iago da Espada.


sábado, 2 de agosto de 2025


Tertúlia do Amor




Bailado do Amor

O amor é sempre um bailado
Que o par enamorado
Dança ao sabor da paixão.
Unidos nessa canção,
À luz do sol ou da lua,
Toda a emoção flutua.

Juvenal Nunes





A convite da amiga Rosélia aqui fica a minha participação ao desafio proposto.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

 POETAS DE PARABÉNS

JOÃO JOSÉ COCHOFEL





Breve

Breve
o botão que foste
e o pudor de sê-lo

Breve
o laço vermelho
dado no cabelo.

Breve
a flor que abriu
e o sol saudou

Breve
tanto sonho findo
que a vida pisou.

João José Cochofel







João José Cochofel nasceu em Coimbra aos 17 de julho de 1919 e faleceu em Lisboa a 14 de março de 1982.
Integrou o movimento neorrealista português, sendo sempre um ativo colaborador nas revistas literárias da época.
Postumamente foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

domingo, 20 de julho de 2025

 PODER VOAR








Poder Voar

Quando uma ave esvoaça,
Na lonjura do infinito,
Há um rasto em que traça
Uma rota em que me fito.

Seu rumo quero seguir
Para saber o que alcança,
Para poder descobrir
Um caminho de mudança.

O que de cima se avista
É mais vida que se sente,
Mundo passado em revista
Duma forma abrangente.

Quisera poder voar,
Ser das aves confidente,
Nesse calmo volitar
Ter o mundo mais presente.

Ver o mundo em movimento
Permite várias visões,
Que dão a cada momento
Diferentes sensações.

Ter asas, poder voar,
Dominar todo o espaço
É descerrar fino véu;
Levado nesse sonhar,
Unido no mesmo laço,
Quero abraçar terra e céu.

Juvenal Nunes




sábado, 12 de julho de 2025

 POEMAS POR TEMAS

CONTENTAMENTO




Tema: Contentamento



Sorriso Audível das Folhas

Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?

Fernando Pessoa






         Em 13 de junho de 1888, nasceu em Lisboa o poeta Fernando Pessoa tendo falecido, 
na mesma cidade, em 30 de novembro de 1935. 
         Manifestou diversas personalidades literárias expressas nos diferentes heterónimos. 
        É figura central do Modernismo português. Foi também um homem multifacetado tendo 
sido tradutor, publicitário,astrólogo, filósofo, dramaturgo, ensaísta e crítico literário.
        A verdadeira dimensão da sua obra só foi conhecida postumamente.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

 O SIMBOLISMO

ANTÓNIO NOBRE





O Teu Retrato

Deus fez a noite com o teu olhar,
Deus fez as ondas com os teus cabelos;
com a tua coragem fez castelos
Que pôs, como defesa, à beira-mar.

Com um sorriso teu, fez o luar
(Que é sorriso de noite, ao viandante)
E eu que andava pelo mundo, errante,
Já não ando perdido em alto mar!

Do céu de Portugal fez a tua alma!
E ao ver-te sempre assim, tão pura e calma,
Da minha noite, eu fiz a claridade!

Ó meu anjo de luz e de esperança,
Será em ti afinal que descansa
O triste fim da minha mocidade!

António Nobre




            António Nobre foi um poeta portuense, que representou as correntes simbolista, 
    ultarromântica e saudosista.
          Em vida, publicou apenas um livro intitulado Só. 
          Faleceu prematuramente, aos 32 anos, ceifado pela tuberculose.

terça-feira, 1 de julho de 2025

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

4ª HOMENAGEM AOS SANTOS POPULARES

UMA QUADRA PARA UM SANTO



        Cumprido o prazo de participação fica encerrada a iniciativa. O hagiológio cristão é extenso e estende-se ao longo de todo o ano, mas só os santos ditos populares estão incluídos no mês de junho.
        O sucesso da iniciativa está relacionado com a adesão efetiva de todos os que nela participaram.
        Agradeço, pois, a todos, os que quiseram, de boa vontade, dar o contributo do seu talento.

        Para os blogues de cada um poderão agora levar o selo de participação.
        Obrigado e até sempre.

        Juvenal Nunes




segunda-feira, 23 de junho de 2025

 UMA QUADRA PARA UM SANTO

4ª HOMENAGEM AOS SANTOS POPULARES






No seu posto da cascata
S. João não tem igual
E todo o povo desata
A dançar no arraial.

Fomos bailar para a rua,
Na noite de S. João,
Dei a minha mão à tua
Juntos na mesma emoçaão.

Juvenal Nunes



quinta-feira, 12 de junho de 2025

 4ª HOMENAGEM AOS SANTOS POPULARES

UMA QUADRA PARA UM SANTO


 O mês de junho é um dos meses mais festivos e populares do ano por nele terem lugar as festas dos santos que o caraterizam.
        Nesse sentido, quero convidar todos os amigos, leitores e autores que visitam o Palavras Aladas para participarem na iniciativa de Uma Quadra para um Santo. 
        Basta uma quadra para que a colaboração fique concretizada. Tão simples quanto isso.

        Quem quiser participar deverá:

       -- postar o texto no seu blog, antecedido do distintivo pictográfico apresentado.

       Saudações poéticas.
 
       Juvenal Nunes

Participantes:

Rosélia Bezerra - Viva Santo António!

Nuria Espinosa - Jóia de luz, flor de dor

Dell Cordovil - Quadra para S. Frutuoso



Marli Soares Braga - Viva Santo António!


Olinda Melo - S. Pedro Apóstolo  

terça-feira, 3 de junho de 2025

 POETAS DE PARABÉNS

JOÃO LUÍS BARRETO GUIMARÃES







Deceção à Regra

Sentar-me e
ver os outros passar é o
meu exercício favorito. Entretém.
Não esgota.
É gratuito. Neste meu jogo-do-não
são os outros que passam
(é aos outros que reservo a tarefa
de passar). Lavo daí os pés.
Escrevo de dentro da vida.
Pode até parecer que assim não
chego a lugar algum mas também quem
é que quer ir
ao sítio dos outros?

João Luís Barreto Guimarães







        João Luís Barreto Guimarães é natural do Porto, onde nasceu em 3 de junho de 1967.
        Exerce a profissão de médico e, paralelamente, dedica-se à atividade literário como poeta.
        Os seus trabalhos nas letras portuguesas valeram-lhe já diversos prémios.


sábado, 24 de maio de 2025

 ESPLENDOR DE MAIO







Esplendor de Maio

Maio no seu esplendor,
Da natureza mais viva,
Tudo perfuma em redor
Em fragância que cativa.

No nascer da manhã clara
Espreguiça-se a aurora,
O sol inunda a seara
É tempo da sua hora.

Repousa o rouxinol
Pelo dealbar do dia,
Ao brilhar de novo o sol
Canta alegre a cotovia.

Sempre que a passeio saio
Pelas veredas dos montes
Ouço a cantar o gaio,
Murmurar a água das fontes..

Da urze a cor purpurina,
Nos trilhos da natureza,
É cenário que domina
No seu manto de beleza.

Maio no seu esplendor
É paleta de mil cores,
Que brilha com mais fulgor
No vasto mundo das flores.

Juvenal Nunes




sábado, 17 de maio de 2025

 POEMAS POR TEMAS

NATUREZA





Como um vento na floresta

Como um vento na floresta,
Minha emoção não tem fim.
Nada sou, nada me resta.
Não sei quem sou para mim.

E como entre os arvoredos
Há grandes sons de folhagem,
Também agito segredos
No fundo da minha imagem.

E o grande ruído do vento
Que as folhas cobrem de som
Despe-me do pensamento:
Sou ninguém, temo ser bom.

Fernando Pessoa




       

Em 13 de junho de 1888, nasceu em Lisboa o poeta Fernando Pessoa, tendo vindo a falecer na mesma cidade em 30 de novembro de 1935. Manifestou diversas personalidades literárias expressas nos diferentes heterónimos. É figura central do Modernismo português. Foi também um homem multifacetado tendo sido tradutor, publicitário,astrólogo, filósofo, dramaturgo, ensaísta e crítico literário. A verdadeira dimensão da sua obra só foi conhecida postumamente.


sábado, 10 de maio de 2025

 O SIMBOLISMO


        Na esteira da evolução da história da poesia ao Parnasianismo seguiu-se o Simbolismo.
        Este movimento literário vai perdurar até 1915, aproximadamnete. Apresenta claras manifestações metafísicas e espirituais.
        A publicação da obra Oaristos de Eugénio de Castro foi uma evidência clara da nova corrente.

EUGÉNIO DE CASTRO





Clepsidra

 

Murmúrio de água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante,
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre…

 

Homem, que fazes tu? Para quê tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa… 

Eugénio de Castro






     

        Eugénio de Castro e Almeida, de seu nome completo, viu a luz do dia em Coimbra, a 4 de março de1869 e faleceu na mesma cidade, em 17 de agosto de 1944.
        Foi o expoente máximo do Simbolismo em Portugal. Colaborou em diversas revistas e publicações
literárias periódicas. Numa segunda fase da sua carreira artística evoluiu para uma fase neoclássica.
       Recebeu várias homenagens tendo sido agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant´iago da Espada.