segunda-feira, 22 de setembro de 2025

 POETAS DE PARABÉNS

NICOLAU TOLENTINO




Cegueira de Amor

Fiei-me nas promessas que afetavas
Nas lágrimas fingidas que vertias,
Nas ternas expressões que me fazias,
Nessas mãos que as minhas apertavas.

Talvez, cruel, que, quando as animavas,
Que eram doutrem na ideia fingirias,
E que os olhos banhados mostrarias
De pranto, que por outrem derramavas.

Mas eu sou tal, ingrata, que, inda vendo
Os meus tristes amores mal seguros,
De amar-te nunca, nunca me arrependo.

Ainda adoro os olhos teus perjuros,
Ainda amo a quem me mata, ainda acendo
Em aras falsas, holocaustos puros.

Nicolau Tolentino









De seu nome completo Nicolau Tolentino de Almeida, nasceu em Lisboa, em 10 de 
setembro de1740 e faleceu, na mesma cidade, em 23 de junho de 1811.
        Foi uma figura de relevo da Nova Arcádia. Bom metrificador e grande sonetista apresenta 
                       um estilo simples e coloquial. É tido como um dos maiores satíricos do século XVIII.

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